O caminhoneiro Martin Blackwell, de volta a Atlanta, no estado da
Geórgia, nos EUA, depois de mais uma viagem a trabalho, foi direto para a casa
onde vivia com a namorada, Jaya Tolbert, já tarde da noite. Se surpreendeu com
o que viu: o filho da namorada dormindo com outro homem, em um colchão colocado
na sala do apartamento. Ele foi à cozinha, ferveu uma panela de água e despejou
a água fervente sobre o casal adormecido. Depois, aos gritos, colocou os dois
para fora de casa.
Um júri de um tribunal de Atlanta considerou Blackwell, 48 anos, culpado
de oito acusações de agressão qualificada e duas acusações de lesão corporal
qualificada. O juiz Henry Newkirk sentenciou Blackwell a 40 anos de prisão,
advertindo-o de que a pena poderia ter sido de até 80 anos, de acordo com oWashington Post e as emissoras de TV CNN, ABC e CBS.
Poderia ter sido ainda pior se fosse condenado por crime de ódio. Mas a
Geórgia é um dos cinco estados americanos que não têm leis definindo crimes de
ódio. Já teve, mas o tribunal superior do estado a revogou em 2004. De qualquer
forma, o FBI anunciou que abriu uma investigação para apurar de Blackwell pode
ser denunciado por crime de ódio com base em lei federal, de forma que sua pena
seja aumentada.
O filho de Jaya, Marquez Tolbert, 21, e Anthony Gooden, 24, anunciaram a
suas famílias que eram gays e que estavam namorando há seis semanas, poucos
dias antes do incidente, em fevereiro. Ambos sofreram queimaduras de segundo e
terceiro grau na face, pescoço, costas, braços, pernas, peito e cabeça.
Gooden teve de se submeter a uma cirurgia de implante de pele, que foi
financiada por fundos obtidos através de um website. Ele ficou em coma induzido
por cinco semanas. Tolbert precisa usar uma vestimenta de compressão 23 horas
por dia, durante dois anos.
Blackweel disse à polícia que só jogou um pouco de água quente neles,
para lhes dar uma lição, e que eles iriam ficar bem. Ao fim, a lição foi para ele
mesmo, porque está preso desde o incidente, sem direito à fiança. Os promotores
argumentaram que o fato de ele ter ido à cozinha para ferver a água comprova a
premeditação do crime.
Quando Blackwell colocou os dois para fora de casa, eles tiveram de bater
em várias portas, até que um dos vizinhos finalmente os deixou entrar para usar
o telefone e pedir socorro. Agora os dois estão enfrentando um processo
“agonizante” de recuperação.
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