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sexta-feira, 31 de julho de 2015

PRESO FALSO JUIZ QUE LEVAVA VIDA DE LUXO

A Polícia Civil gaúcha prendeu anteontem (22) o estelionatário João Marcelo Pereira Debortoli, 43 de idade, que se passava por juiz federal. Segundo as investigações, o homem fez fortuna aplicando golpes em vários Estados do país. As vítimas eram pessoas que vendiam imóveis ou carros de luxo, que eram atraídas para negócios supostamente vantajosos e acabavam entregando dinheiro ao golpista.
Imagens feitas por uma câmera de segurança de uma cafeteria em Porto Alegre flagraram o falso juiz em ação. No vídeo, ele conversa com um futuro parceiro de negócios e diz que está interessado em alugar imóveis. Bem vestido, educado e com bom papo, faz questão de pagar a conta da refeição.
O homem que se apresenta como magistrado, na verdade é um estelionatário conhecido. A ficha de João Marcelo é longa: já praticou golpes em São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná e Bahia. Há dois anos, chegou a ser preso em Maceió (AL).
Sempre bem arrumado, muito educado, com nível social alto, fala de tudo, muito tranquilo e convence. Os argumentos são apreciáveis. Eu digo que é o perfil típico do estelionatário" - relata o delegado Juliano Ferreira, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (RS).
O homem que estava com o falso juiz no café, em Porto Alegre, foi mais uma vítima. Após saírem do estabelecimento, foram a um banco, onde o estelionatário embolsou R$ 7 mil.
O golpe é simples. O estelionatário procurava carros e imóveis de luxo em anúncios de jornais. Depois, combinava um encontro com os proprietários. Durante a conversa, se apresentava como juiz e comentava sobre outros negócios. Ele costumava falar que existe possibilidades de compra de imóveis penhorados, em processos que estão sob julgamento dele. “Um imóvel que vale R$ 1 milhão, ele dizia que com R$ 10 mil seria possível comprar o imóvel mais à frente”, relata o delegado.
Caso a vítima demonstrasse interesse, João Marcelo se oferecia para intermediar o negócio. Dizia que o investimento inicial era de 5% ou 10% do valor. Depois de pegar o dinheiro das vítimas, ele desaparecia.
"A forma como ele se comunica, se ele quisesse ter levado o dobro do que ele levou de mim, ele levaria, porque eu não desconfiei em nenhum momento" – disse a mais recente vítima, um outro homem que achou que iria vender um carro esportivo para o falso juiz. “Dentro de uma volta, quando ele estava conhecendo o carro, ele passou na frente de um empreendimento imobiliário e disse que tinha recebido oito apartamentos”, relata.
A polícia descobriu que o golpista fazia cerca de 700 ligações telefônicas por dia. Escutas telefônicas revelaram como ele atraia as vítimas e as convencia a fazer um falso negócio.
Nem a própria namorada escapou do falso juiz. Ele depositou um cheque sem fundos de R$ 39 milhões na própria conta e mostrou o extrato para a mulher, dizendo que era "dinheiro de uma venda de terras no Sul" . E a namorada já sonhava com o carro novo; Veja trecho de um diálogo telefônico:
Namorada: “Ele é conversível, Marcelo? Ou é teto solar?”.
Golpista: “Conversível”.
O estelionatário morava em uma cobertura em São Paulo e vai responder pela sétima vez por estelionato. A pena é de um a 10 anos de prisão. “Tem que desconfiar. Isso de entregar o dinheiro e esperar que venha algo depois sem nenhuma confirmação, isso não existe” - alerta o delegado.


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